Na História da ISO 9001 a qualidade está presente em maior ou menor grau em todos aspectos das nossas vidas, muitas vezes imperceptíveis, como a altura dos interruptores luz ou os pinos das tomadas de energia.
Mas o que é Qualidade pela ISO 9001?
“A qualidade dos produtos e serviços de uma organização é determinada pela capacidade de satisfazer os clientes e pelo impacto pretendido e não pretendido nas partes interessadas pertinentes.
A qualidade dos produtos e serviços inclui não apenas sua função e desempenho pretendidos, mas também seu valor percebido e o benefício para o cliente”.
ISO 9001:2015
Este conceito é muito bem exemplificado por Rosssini em sua sua bela obra “O Barbeiro de Sevilha – Fígaro”.
Note que ele ilustra muito bem os conceitos de objetivos explícitos e implícitos que estão presentes em todos produtos ou serviços.
Para quê a Qualidade?
Segundo Nigel Croft membro do Comitê da ISO e do IAF:
“A gestão da qualidade é uma questão de sobrevivência das empresas e tem duas formas de agir: uma é prevenindo os problemas, fazendo com que a empresa tenha um foco maior no que os clientes querem e dão valor, para não perder tempo investindo naquilo que não dará retorno; e a segunda é melhorando a eficiência interna da empresa para produzir cada vez mais com menos.”
História da Qualidade
A história da qualidade se confunde com a própria história da civilização humana.
A primeira notícia de padronização veio da China, especificamente da única obra do ser humano que pode ser vista da Lua, a Grande Muralha. Para que as carretas pudessen circular ao longo da Muralha, a distância entre as rodas tinha de ser padronizada.
Quando a produção era artesanal, não havia problemas com a qualidade, pois eram feitos uma-a-um e ajustados até o cliente se dar por satisfeito.
Os problemas começaram com a Revolução Industrial pela divisão do trabalho e problemas de comunicação.
A primeira solução foi introduzir a inspeção final, peça-por-peça.
Esta estratégia resolveu em parte, pois aumentaram os custos com o serviço adicional de inspeção, além de não garantir que 100% das peças fossem inspecionadas em todas suas características.
O avanço seguinte ocorreu na Guerra da Secessão nos EUA (1861 a 1865), quando foi necessário produzir grandes quantidades de armamentos.
Nesta época surgiu o conceito de intercambiabilidade das peças pela definição das tolerâncias de fabricação, pois até então, todas eram produzidas e ajustadas uma-a-uma.
A seguir surgiu o Controle Estatístico do Processo, com isto ao invés de serem inspecionarem peças, começou-se a inspecionar lotes, com muito mais confiabilidade e menor custo, surge então a época e a disciplina do Controle da Qualidade.
O avanço seguinte foi marcado na II Grande Guerra, pela necessidade de fabricação de armamento em grande volume pelos EUA, o que tornou inviável a inspeção final dos mesmos antes do envio para a frente de combate.
Numa reunião de análise crítica das forças armadas sobre o desempenho dos fornecedores, os mesmos verificaram que alguns fornecedores de modo geral não tinham problemas de qualidade com seus produtos, ao contrário de outros cujos problemas eram constantes.
Ao investigarem a causa-raiz, identificaram um conjunto comum de ações de gestão nos bons fornecedores, como, especificação clara dos produtos, capacitação dos funcionários nas suas tarefas, padronização das operações, calibração dos instrumentos, programa de manutenção preventiva e corretiva do equipamento de produção, definição clara das funções das pessoas dentro da empresa, entre outros itens.
Neste momento surgiu a questão, será que a qualidade do produto é produto da qualidade da empresa? Caso a resposta fosse afirmativa, bastaria avaliar a empresa e não todos os seus produtos e lotes, reduzindo em muito o esforço de inspeção.
Assim estruturaram um check-list, secreto na época, denominado Military Standards (MILS) a ser utilizado pelos inspetores das foças armadas e que provou sua utilidade com a vitória na II Grande Guerra.
O próprio Japão, inimigo na época, declarou que o fator de vitória dos EUA foi a qualidade funcional do seu armamento.
Após os EUA, o Canadá passou a utilizar as mesmas normas também com fins militares.
A seguir a Inglaterra passou a exigir itens destas normas em licitações do governo.
Até que em 1987 a International Organization for Standartization, IOS, que até então somente tinha elaborado normas para produtos, verificou que havia novidade no mercado, padrões de qualidade para as empresas gerarem produtos de qualidade.
Com isto a IOS, lançou em 1987 as primeiras ISOs, que foram um sucesso e tiveram uma aceitação muito grande.
É a época do Sistema de Gestão da Qualidade que perdura até hoje.
Após a publicação em 1987, ocorreram revisões da ISO nos anos de 1994, 2000, 2008 e no presente com a 2015, que introduziu o conceito de Mentalidade de Risco em substituição as ações preventivas.
Atualmente a Consultoria ISO 9001 serve de estrutura para outros enfoques de gestão, como meio ambiente, saúde e segurança ocupacional, construção civil como o PBQP-H necessário para o Minha Casa Minha Vida, transportadoras com SASSMAQ para transportar a carga com segurança, produtos médicos, alimentos e bebidas, etc.
Como sistema de gestão, apoia os programas de certificação de produto, como Marca CE e certificação compulsória pelo INMETRO no Brasil.
Até 2017 havia sido emitida a seguinte quantidade de certificados:
blog.qualidadesimples.com.br/2017/09/21/cresce-o-numero-de-empresas-com-certificado-iso-9001-no-brasil